Tanto que eu tenho dito isto, não é maridão??
Eu la quero saber em ter 2 ou 3 carros, ou um plasma gigante, ou um roupeiro cheio de roupas e sapatos..nahhhhhh. Eu quero é conhecer pequenos mundos repletos de beleza e aventura. Um dia que tenha filhos, espero deixar-lhes como herança a riqueza cultural da nossa Terra!
E este desabafo deve-se ao seguinte artigo:
"Acha que se comprar um carro ou um televisor de grande ecrã fica mais feliz? Não. Segundo um estudo norte-americano, o melhor é gastar o seu dinheiro numa viagem ou em bilhetes para eventos culturais.
Uma pesquisa realizada pela Internet, publicada na semana passada no jornal britânico "Daily News", refere que as mulheres norte-americanas dedicam, em média, três anos das suas vidas a fazer compras. Os dados são ainda mais precisos: nos primeiros 63 anos de vida, elas gastam 25.184 horas e 53 minutos em compras. Embora comprem também os produtos necessários para os restantes familiares, investem sobretudo em roupas, acessórios, sapatos e produtos de higiene. Mas será este tempo, e, já agora, dinheiro, gasto de um modo gratificante? Parece que não, segundo um estudo publicado no “Journal of Personality and Social Psychology”. Ao avaliarem oito investigações sobre o comportamento no consumo, os psicólogos da Cornell University, em Nova Iorque, verificaram que o ser humano tende a comparar os seus bens com os de outras pessoas. Por isso, segundo os cientistas, as experiências trazem mais satisfação, já que são mais pessoais e de difícil comparação com as dos outros. "Imagine-se que compra um televisor de ecrã plasma e que está muito contente com ele. Mas depois vai a casa de um amigo e ele tem outro com uma imagem maior e melhor. Isso vai deixá-lo triste e aborrecido", explicou Thomas Gilovich, um dos autores do estudo. Mas, por outro lado, "se você for de férias para as Caraíbas e o seu amigo também, você tem as suas memórias e experiências únicas, que mais ninguém tem e que faz com que as suas férias sejam especiais".
Há mais de uma década que a equipa liderada por Van Boven estuda a relação custo/benefício da procura da felicidade através da aquisição de experiências de vida, como viajar e ir a concertos, versus a aquisição de bens materiais, como carros de luxo e jóias. Dessa análise, o investigador não tem dúvidas de que, em termos de gratificação, a compra de produtos não se compara ao prazer das experiências. "Descobrimos que os bens materiais não fornecem tanta felicidade duradoura como o exercício de experiências de vida", assegura Van Boven. Em resumo, a mensagem que passa neste estudo agora publicado, é que investir em bens materiais não só nos traz menos felicidade do que o investimento feito em experiências de vida, como também, espantem-se os mais incrédulos, nos torna menos apreciados pelos nossos pares. Numa experiência anterior, a mesma equipa de investigadores usou dados de um inquérito sobre o consumo nos EUA, no qual as pessoas eram incentivadas a dar a opinião sobre alguém que tinha comprado algo, como uma camisa, uma viagem ou um bilhete para concerto. Verificaram que o facto de saberem que a compra tinha sido de bens materiais levava as pessoas a terem menor consideração pelo outro. Os investigadores explicam essa atitude à luz dos estereótipos que estigmatizam as pessoas materialistas, como o facto de serem egoístas e egocêntricas. Contudo, quando o dinheiro era gasto em viagens ou novas experiências, com maior frequência, os outros consideravam a pessoa em questão como altruísta e amigável. Em comunicado de imprensa, o investigador explica: "O erro (das pessoas) às vezes é acreditarem que os bens materiais nos fazem ganhar estatuto social e a admiração dos outros, e têm a ilusão de que as compras vão melhorar as relações sociais", disse o investigador, acrescentando que, de facto, ser-se materialista parece ter exactamente o efeito oposto. “Isto é realmente problemático, porque sabemos que a qualidade das relações é um dos melhores indicadores de felicidade, saúde e bem-estar.”
Os investigadores aconselham a que repensemos a nossa vida de um modo positivo, dado que perseguir bens materiais não é uma decisão muito sensata. “Vários estudos já constataram que as pessoas materialistas tendem a gastar mais dinheiro com a saúde mental, dado serem mais propensas à depressão.”
E é possível deixar de ser materialista? Van Boven diz que não há uma solução rápida, mas que é possível fazê-lo, começando, por exemplo, por nos juntarmos a pessoas menos interessadas em bens materiais.
in “Journal of Personality and Social Psychology