O Mundial de Futebol 2010 tem sido marcado pelo inconfundível som das vuvuzelas (cornetas gigantes) e, a acrescentar aos reparos de alguns jogadores, incluindo do português Cristiano Ronaldo, sobre o desconforto causado pelo som ensurdecedor, foi agora a vez de o Royal National Institute for Deaf People, do Reino Unido, vir alertar para os problemas auditivos provocados pelo som das cornetas.
O Royal National Institute for Deaf People (RNID), uma organização para a defesa dos deficientes auditivos, avisou na semana passada que os adeptos que assistem aos jogos no estádio devem usar protectores auditivos para evitar que o som produzido pelas vuvuzelas lhes causem zumbido ou a perda permanente de audição. Além disso, o RNID advertiu a FIFA (Federação Internacional de Futebol) para a necessidade de tomar medidas contra esse problema, por exemplo, distribuindo protectores auriculares à entrada dos estádios.
Entrevistado pela revista “New Scientist”, Trevor Cox, presidente do Instituto de Acústica do Reino Unido e engenheiro de som da University of Salford, em Manchester, explicou que o som da vuvuzela emite 116 decibéis a uma distância de um metro, sendo o limite tolerável estipulado pela Organização Mundial de Saúde de 80 decibéis. "Se ouvirmos apenas um instrumento durante um período entre 7 e 22 segundos, ultrapassamos, por exemplo, os níveis permitidos de ruído no trabalho ", explicou o cientista britânico. "Uma multidão produz níveis ainda mais altos, e as medições realizadas num jogo revelaram perda de audição temporária entre os espectadores", acrescentou.
ALERT Life Sciences Computing, S.A.