Sei que não sou a única, mas este ano ainda nenhuma prenda foi comprada e não, não sou a típica portuguesa que deixa tudo para último, bem pelo contrário. Mas este ano, o espirito natalicio não me invadiu.
O Natal culmina com o fim de 2010 e este foi um ano que deixou marcas e infelizmente, foram quase todas péssimas e dolorosas. E tal como escreveu Edna Ferber, "Natal não é uma estação mas um sentimento", este ano não sinto o Natal como anteriormente. Não é de todo a minha festa predilecta mas as cores, melodias, a beleza das decorações, a àrvore imponente (a nossa é enormeeee), a compra das prendas para as pessoas, as ruas enfeitadas, sempre me conquistou. O auge para mim sempre foi decorar a àrvore de Natal e a mesa da Ceia: sempre diferente, com pormenores unicos. As prendas também gosto claro, mas mais das que ofereço...adoro presentear os outros. Para mim ofertar é maravilhoso e não apenas pela prenda em si mas por tudo o que a envolve: pensar no que comprar, imaginar na pessoa, os seus gostos e feitios... Nem que por qualquer motivo se troque a prenda. O importante para mim, é todo a sua idealização porque o tempo que demoramos a pensar - decidir -comprar, nunca é desperdiçado, mas sim aproveitado a recordar a pessoa e isso é energia de carinho, compreensão e amor. Talvez por tudo isto, que ninguém compreende, nunca gostei muito de receber dinheiro ou que pedissem a outros que comprassem prendas para mim. Sempre achei que ou eram/são preguiçosas ou então afinal não tenho importancia nenhuma para aquela pessoa para que não possa dispensar uns minutos em sair à rua e comprar ou então oferecer algo feito por si próprio.
Para mim Natal é amor e familia, se não podemos/queremos ter trabalho a colocar um pouco desse amor/carinho na elaboração ou compra de uma lembrança para alguém, então prefiro que nada me oferecam. Tudo o que seja a despachar é descartável e se assim me acham, então prefiro nada do que algo oco emocionalmente.
Adoro quando apreciam o embrulho, que quando ofereço algo feito por mim fiquem contentes não pelo que é mas pelo gesto... esta sociedade está tão carente de gestos de ternura!
O melhor dos elogios para mim é "oh, não era preciso teres trabalho". Claro que era! Se gosto de ti e ti e ti e ti, fazer algo por mim, correr lojas à procura do presente perfeito, não é trabalho é um gosto, um prazer e quando se corre por gosto não se cansa, ama-se!
O Natal, para mim, é amor, familia e sentimento... talvez pela familia que não cresceu, este ano não sinto e não quero sequer fazer a àrvore de Natal.