Sexta-feira, 06.05.11
da net

 

...destes escorregas metálicos da minha infância, que expostos à luz solar queimavam o rabiosque há medida que o descia. O mais fascinante era a sua altura, sempre altos, com degraus arredondados afastados o suficiente para ter que esticar bem a pernita pequena para alcançar o proximo e chegando ao último, vislumbrava-se a paisagem e a distância ao chão e em fracção de um segundo era decidir: vou sentada ou deitada de frente?

Recordo que uma praia que frequentava com a familia, tinha um pequeno parque infantil, com 2 escorregas metálicos, claro, um pequeno e outro grande. Não me recordo sequer de andar no pequeno, era baixo demais para a minha tenra idade de 4anitos. E sempre que vinhamos embora, la ia eu para a fila, ansiosa por subir tantos degraus e descer, descer. Quando descobri que molhada a velocidade na descida era maior foi um ex-libris! Tentava vir sempre molhada, nem que fosse só o rabiosque, para descer a alta velocidade.

E quem se lembra dos sobe-e-desce ou bacalhaus? Aquelas tábuas de madeira coloridas com rachas que revelavam a idade do divertimento e o seu uso contínuo?

Claro que haviam baloiços, com correntes de metal decompostas pela erosao maritima, que pintalgavam as mãos de laranja ferrugem como se fosse uma prova do quanto tinhamos voado (sim, porque nessa altura estes baloiços eram grandes e conseguiamos subir imenso).  Hoje, o plástico camufla esta adrenalina: são baixos, pouco inclinados, curtos e permitem velocidades mais lentas que um caracol. Como se não bastasse, o chão de cimento ou areia, que marcou muito os meus joelhos sempre que não controlava a saida rápida dos divertimentos, é também de um material todo aborrachado, fofo e amortecedor.

Vozes afirmam que os actuais são mais seguros, e? Até podem ser, mas na minha humilde opinião, segurança a mais "paneleiriza" a criança. Criam-lhes receios infundados e a ideia ridicula que estão sempre protegidos de acontecimentos maus. Depois queixam-se que as crianças de hoje só querem jogos de video...pudera, devem viver mais aventuras nesse mundo fantasioso que na vida real.

Apesar de muitos psicologos e pais estarem a tentar criar uma vida infantil em redomas de vidro, estas não existem e num futuro próximo este vidro, partir-se-à e o que vai a criança-já-adulto fazer?

Tenho medo que, um dia, um destes seres cautelosos me prenda, quando me virem a ensinar à cria como se salta de um baloiço em pleno voo, como se anda em pé no baloiço sem cair, como se escorrega de frente...

 


sinto-me criança

publicado por soprosdemar às 11:52 | link do post | comentar | favorito

Segunda-feira, 24.01.11

Hoje recebi uma newsletter do blog mais famoso de Portugal dedicado a mães (futuras e presentes) com os 10 nomes mais escolhidos para os filhos em 2010 e adorei ver que os nomes que já escolhemos para os nossos futuros filhotes não se encontram na lista. Não tenho nada contra estes, até porque há alguns muito bonitos dos quais gosto bastante mas como já escrevi algumas vezes, não acho piada alguma a nomes da moda/comuns. Talvez por não ter um nome usual e ter pais com nomes também não muito comuns.

Adorava ser única na escola...toda a gente me conhecia pois N* só existia eu e era tºao fácil decorar um nome pouco usual que ficava retido na memória até hoje. Contrariamente, lembro-me de a turma do 9ºH ter por exemplo 7 Pedros, o que inicialmente era confuso para os professores que decidiram chama-los pelo último nome. Nós criamos a nossa própria maneira de os chamar, alguns também pelo apelido outros por alcunhas como Cientista ou abreviatura como P.A. E muitas delas ficaram até hoje.

Outra coisa que tivemos cuidado, foi em escolher nomes que não sejam associados a brincadeiras pré-existentes e que não permitam directamente diminuitivos, porque isto de chamar Aninha, Pedrinho, Gui(lherme),Lipe, Filipinho, Bia(triz), Toni, Téte, Nela, MJ, Tecas, ...não achamos graça até porque como defendido por inumeros psicologos e não só, os diminuitivos são muitas vezes utilizados como forma carinhosa mas que na realidade existem para diminuir a presença do referido ser. E nós até aprendemos isso na escola, vejamos: casinha= casa mais pequena. Então alguém quer ver-se diminuido? Eu não e nem pretendo deixar que façam o mesmo aos meus filhotes, portanto se pudermos evitar desde já melhor. E o engraçado é que, a maioria dos nomes cada vez mais usados, não facilitam a sua diminuição.

E para quem tem curiosidade, cá ficam os nomes mais escolhidos de 2010:

 

TOP 10 Menina

TOP 10 Menino

   
1º Beatriz 1º Martim
2º Leonor 2º Rodrigo
3º Carolina 3º Pedro
4º Mariana 4º Guilherme
5º Matilde 5º Miguel
6º Lara 6º Tomás
7º Margarida 7º David
8º Inês 8º Gabriel
9º Clara 9º João
10º Maria 10º Gonçalo

 

Seu nome deve ser sonoro e lindo

como o rumor de um límpido regato:

nome que lembre pérolas caindo,

uma por uma, no cristal de um prato.

António Sales

 


sinto-me unica

publicado por soprosdemar às 15:15 | link do post | comentar | ver comentários (1) | favorito

Terça-feira, 23.11.10

Novos dados reforçam a associação entre o risco de asma na infância e a exposição ao paracetamol na gravidez, de acordo com um estudo publicado no “Journal of Allergy and Clinical Immunology”.

De forma a avaliarem se existia alguma interacção entre o uso de paracetamol na gravidez ou na infância e os genes antioxidantes expressos pela mãe ou criança, os investigadores da Respiratory Epidemiology e do The London School of Medicine and Dentistry, no Reino Unido, analisaram os dados do British Avon Longitudinal Study of Parents and Children (ALSPAC), que acompanhou 14 mil crianças desde o nascimento, tendo começado na gravidez das suas mães e prosseguido até as crianças terem atingido os oito anos de idade.

 Às mães foi solicitada informação sobre a utilização de paracetamol durante a gravidez, assim como se os seus filhos foram expostos a este fármaco durante a infância. Paralelamente também foi recolhida informação sobre presença de sibilos, sintomas de asma e alergia, juntamente com dados sobre a exposição ambiental e estilo de vida familiar. Entre os sete e os oito anos de idade as crianças foram submetidas a testes cutâneos de alergia e sanguíneos. Tanto as mães como as crianças tinham testes genéticos realizados.

Os investigadores encontraram evidências que sugerem que, o risco de asma na infância, associado à exposição pré-natal ao paracetamol, depende das variantes dos genes antioxidantes que as mães expressam. Pelo contrário, não foram observadas interacções entre o uso de paracetamol na infância e a expressão das mesmas variantes nas crianças.

Em comunicado enviado à empresa, o líder da investigação, Seif Shaheen, revelou que “estas últimas descobertas vêm confirmar o que já tinha sido constatado sobre as implicações da exposição ao paracetamol na gravidez e o desenvolvimento de asma infantil. No entanto, em última análise, uma relação de causa e efeito só pode ser confirmada através de ensaios clínicos aleatórios.”

 

in ALERT Life Sciences Computing, S.A.



publicado por soprosdemar às 11:15 | link do post | comentar | favorito

Terça-feira, 03.08.10

Ouvi há pouco, que uma menina de 9 anos morreu afogada num lago de um campo de golfe em Oeiras e a descrição da situação chocou-me até porque há respostas que gostaria de ter.

O jornalista ao entrevistar a presidente da Câmara tentou sempre conduzir as questões para a culpabilidade da empresa, o que foi evitado pela mesma de forma ética e lógica. A meu ver, as perguntas deveriam ser encaminhadas para apurar responsabilidades não para a empresa mas sim para os pais das respectivas crianças:em primeiro lugar, o que fazem 3 crianças com idades entre os 9 e 12 anos sozinhas na rua, ao final da tarde? Segundo, se o espaço está vedado (mal ou bem, não importa) significa que é um terreno privado logo que educação têm estas crianças para invadirem propriedade alheia? Claro que são crianças e há sempre o factor curiosidade, mas talvez se não estivessem SÓS, sem acompanhamento de um adulto tal não sucederia. Terceiro, onde andavam os pais ou responsáveis àquela hora? E em quarto lugar, que raio de pais são estes que deixam os filhos sozinhos, com crianças que não tem (nem devem ter com essa idade) qualquer noção de responsabilidade?

Enfim, um caso absolutamente triste e evitável que mais uma vez reforça que progenitores há muitos mas PAIS cada vez há menos!

Que a sua alma descanse em paz!


sinto-me chocada

publicado por soprosdemar às 13:21 | link do post | comentar | favorito

Segunda-feira, 12.04.10

A obesidade é sem dúvida uma epidemia mundial com claros sinais da sua evolução. Hoje, ouvi que metade da população portuguesa sofre desta doença, o que me chocou até porque tenho assistido, nos ultimos anos, ao crescente aumento de ginásios pelo país fora.

Não gosto e irrita-me, ouvir que "hoje em dia não há tempo para sequer cozinhar". Como é possivel? Não há muitos anos atrás, basta contemplar a era das nossas mães entre os 55-60anos, quantas tinham máquinas lavar-louça e roupa, microondas, robots cozinha e/ou Bimbis?? Parece ridiculo, mas são pequenas ajudas que poupam imenso tempo às mulheres e homens de hoje em dia, então como não há tempo?! Agora, uma coisa é certa, estas máquinas cessaram com o desempenho fisico na realização manual das tarefas.

A minha maior preocupação é o aumento da obesidade nas crianças porque apesar dos seus gostos preferenciais por doces e comidas mais saborosas e apelativas, elas não cozinham ou seja, é da RESPONSABILIDADE dos pais/cuidadores estruturar a nutrição saudável das crianças.

Acredito sim, que "hoje em dia existe uma enorme preguiça para as tarefas e obrigações sociais". Sim, obrigações sociais: educar, amar e alimentar saudavelmente uma criança são obrigações sociais, pois estamos a "criar" os futuros habitantes desta sociedade e nós somos mesmo "o que comemos".

Motivar alterações de hábitos alimentares -e não só-  em crianças é extremamente simples o complicado e por vezes impossivel, é alterar os dos pais. È sempre mais facil, ir ao take-away ou ao macdrive (até porque o happy meal oferece brinquedos) ou a um shopping, o que não tem problema desde que seja a excepção e não a regra.

Recentemente surgiu um artigo- que está a causar constrangimento- de uma experiência da nutricionista americana, Joann Bruso, em relação ao Happy Meal, da McDonalds; ela fotografou um menu em 2009 e guardou-o para comprovar o poder dos conservantes. Um ano depois o hambúrguer e as batatas continuavam quase iguais, sem qualquer tipo de odor ou outros sinais de decomposição. No decurso deste período, nem moscas nem outros insectos foram atraídos pela refeição da cadeia McDonald's.

Imaginem só o que acontece no sistema digestivo das crianças!

 



publicado por soprosdemar às 12:25 | link do post | comentar | ver comentários (3) | favorito

Quinta-feira, 23.07.09

da netNão sei se já vos aconteceu, mas há dias em que não faço a minima do que vestir!

Ontem foi um desses, apenas porque as presianas revelaram um péssimo dia... e agora o que vestir e calçar? Bem, em menos de 1 min estava decidido e vestida, até porque só tinha 3 minutos para me calçar e chegar à paragem do metro.

Olhei ao espelho e não gostei muito, sou sincera, até porque as calças tinham voltado ao corpo bem como um casaco e sapatos fechados... ai que saudades das minis (mini-saias, entenda-se), das sandálias abertas e dos decotes sem quaisquer casacos a esconder. E antes de sair de casa, nada de esquecer do estético guarda-chuva.

Até aqui tudo bem, mas ao chegar ao hospital, eis que um simpático colega espanhol me diz: "oi n*, tens a certeza de que fizeste 30?eu sempre duvidei mas hoje tenho a certeza" e riu-se há medida que se afastava. Sinceramente não percebi, mas nem me preocupei. Queria era pousar o malfadado guarda-chuva que se virou umas 3 vezes pelo caminho e tentar secar-me.

Ao entrar na sala de aulas e após os bons dias habituais, os alunos iniciaram um ritual de "parabéns atrasados" e uns mais espertinhos "oh stora, tá com medo dos intas??não se preocupe, parece que tem 18!" e mais risos. Numa pequena pausa, o espanholito voltou a investir "tas uma verdadeira adolescente, quase colegial". Hum, alguma coisa se passava e de forma rápida porque não percebia nada. Mas enfim, a manhã terminou e só quando regressei a casa entendi tudo: a culpa era da roupa, sempre da roupa!

Já percebi pessoal: há que deixar as calças de montanhismo em casa, bem como os mocassins e nada de travessões na cabeça... de facto com uma mochila parecia uma adolescente! lol

Nunca mais visto a primeira coisa confortável que o armário me atira, até porque há uma série de reputações a defender: a de profissional de saude, "stora" e empresária!

Mas ainda assim não pude deixar de sorrir. Até porque nada passou de elogios: quem aos 30 poderá agradecer por parecer ter 18 apenas porque mudou de vestimenta???

 


sinto-me pequenina
música Fui ao jardim da Celeste lalala

publicado por soprosdemar às 10:57 | link do post | comentar | favorito

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