Simplesmente porque o Papa também é homem... mas um homem especial, já que foi necessário criar novas cabines de WC para a sua visita ao Porto. A elaboração de 3 cabines, ao serviço do Papa e respectiva comitiva, coube - ao menos isso - a uma empresa portuguesa (Condaltom-VNF).
Agora a pergunta é: também foi elaborado de graça, como as cadeiras, as flores e outros demais? È que de facto há coisas que não percebo... mesmo!
Tanto se fala em crise para a direita, crise para a esquerda mas para desembolsar uns meros milhõezitos para a visita de sua Santidade, não há sequer um referendo ao povo para saber se concordam ou discordam com o orçamento. Aliás, nem convém que se fale em números mas como aqui a je não receia ir para o inferno (ao menos é quentito), deixo o valor avultado e desperdiçado... o santificado valor de 800 milhões, para a totalidade da sua visita. Se ainda não perceberam, reforço: Portugal (país que corre o risco de seguir as pisadas da Grécia) gastará nestes 4 dias, em média, 100 milhões de euros/dia (fonte: Publico).
Há uns dias atrás, o Papa referiu que a "europa está decadente de valores". E não acha ele, que este dinheiro seria mais bem empregue em auxiliar verdadeiros necessitários, ou a decadência é só para o que entende, esquecendo-se que a decadência está mesmo no interior das suas portas, no Vaticano?
Sou católica, aliás até já fui catequista, e pelo que me lembro, foi-me transmitido e transmiti, que a Igreja protege, acarinha e ajuda quem precisa. Recusa o materialismo e a superficialidade! Se calhar nestes 12 anos em que deixei de ser tão assidua na Igreja, os valores têm sido alterados e ninguém me avisou. Talvez as regras digam respeito ao rebanho e não aos seus pastores. O certo é que há uns tempos, assisti a uma missa em Freiriz (Braga) onde o sermão do padre, envolvia o desapego dos bens materiais. Ora no fim da mesma, foi vê-lo a ser o exemplo das suas palavras: não é que o sr. padre pratica o desapego material a andar num recente e potente Mercedes?!
Em altura como esta, que atravessa o Mundo, necessitamos de esperança, mas transportada em realismo e este não existe actualmente. Esta semana, caminhamos embriagados pela alegria da vitória Benfiquista, reforçamos a hospitalidade portuguesa ao recebermos o Papa e entretanto espero que o povo se encha de serenidade e paz, pois quando terminar estas exaltações, talvez a previsão do aumento de impostos anunciada, crie alguma reacção. Até lá, tudo pode acontecer esta semana, que ninguém prestará atenção... rezemos!